sábado, 7 de dezembro de 2013

ALICES: CENÁRIOS DE VIDA E DE ARTE [aula referente  ao dia 05 de dezembro de 2013]


Nesta aula nos deslocamos até o Museu da UFRGS, localizado no campus centro da universidade. Exposição esta, organizada pelos estudantes da museologia 2011/1.

Para interesse geral, segue abaixo algumas informações importantes:


Mas antes de tudo, quem são as Alices????
  
Alice Soares (1917-2005)

Nascida na cidade da Uruguaiana,  Alice Soares teve contado com a arte desde a infancia, quando foi estimulada a desenhar por seus pais, que lhe entregavam lápis e papel para distrai-la. Formou-se em Pintura pelo Istituto Livre de Artes da UFRGS, em 1943, e em Escultura, em 1947, ano em que fez sua primeira exposição individual. Posteriormente, veio a lecionar neste estabelecimento - sendo professora titular da disciplina de Desenho - e a ocupar o cargo de diretora desta instituição.
A busca pelo aprimoramento foi constante ao longo da sua trajetória profissional. Realizou estudos em pintura em Horácio Juarez, em Buenos Aires, e com André Lhote, no Rio de Janeiro. Participou de cursos de serigrafia, com Júlio Plaza; gravura em metal, com Iberê Camargo; litografia, com
Marcelo Grassmann; cursos de colagem, com Solari.
Em 1960 obteve medalha de ouro em pintura no Salão da Associação Francisco Lisboa, na Qual, em 1963, ocupou o cargo de presidente. Foi fundadora e primeira diretora da Escolinha da Artes da Associação Cultural dos Ex-Alunos do Instituto de Artes, em 1964.
Recebeu o título de "Professor Emérito" pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em abril de 1980.

Alice Bumerangue (1917/2001)

Alice Esther Brueggemann nasceu em Porto Alegre. Começou a estudar Artes Plásticas, em 1937, na Escola De Belas Artes no Rio Grande do Sul, atual Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - IA, onde concluiu seus estudos no ano de 1943. A pintora foi aprendiz de artistas renomados, como Ado Malagoli, Luis Solari e Júlio Plaza, os quais foram essenciais no processo de formação de sua carreira como artista. Foi a partir dos ensinamentos de Malagoli que Brueggemann manifestou a vontade de transformação seu oficio em profissão.
A trajetória do seu trabalho foi marcada por exposições de suas obras, as quais ocorreram pouco depois de sua formação como artista plástica. Brueggemann criava obras com temas relacionados a figuras femininas e naturezas-mortas. As obras de Alice de destacavam pelas cores, luzes. sombras e efeitos que traziam uma singularidade às suas telas.




Esta exposição, dedicada a celebrar a beleza de vidas pautadas na amizade, no companheirismo, na capacidade artística e na energia positiva, é o resultado de uma obra coletiva, isnpirada em duas mulheres: Alice Alice Brueggemann e Alice Soares.

Apresenta-se como uma metáfora, a vista à casa de um  amigo querido, que dá a ver partes do mundo interior e do mundo sensível dessas artistas cujas impressões e expressões foram materializadas em imagens, cores, texturas, técnicas e suportes variados.

A exposição conta com três linhas de pensamento : a graduação, o atelier e a vida profissional. Além de obras táteis, e programas interativos, como quebra-cabeça, jogo e memória.

Para marcar o encerramento da exposição “Alices: Cenários de Vida e Arte”, a turma da Museologia da UFRGS realiza na próxima sexta-feira, dia 6 de dezembro, uma roda de memória sobre as Alices. Uma oportunidade para o público compartilhar as lembranças das duas artistas. Maria Soares, sobrinha de Alice Soares, estará presente no evento.


Roda de Memória Alices

Dia: 06/12/13
Horário: 14h30
Local: mezanino do Museu da UFRGS
Entrada Franca 

REFERENCIAS 

Folder e pagina da exposição no facebook

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

AVALIAÇÃO FINAL DA DISCIPLINA... vulgo: prova [aula referente ao dia 28 de novembro de 2013]



SEMINÁRIO: A problemática da identidade cultural nos museus: de objetivo a objeto [ aula referente ao dia 14 de novembro]



Ulpiano T. Bezerra de Meneses.
Uma obre de Ulpiano T. Bezerra de Meneses. Aula destinada a recuperação daqueles alunos que não se mencionaram no primeiro seminário. Segue abaixo alguns dos apontamentos que julguei importante mencionar aqui no blog, a respeito do texto estudado:

Identidade: uma noção problemática 
...  a identidade pressupõe, antes de mais nada, semelhanças consigo mesmo, como condição de vida biológica, psíquica e social. Ela tem a ver mais com os processos de reconhecimento do que de conhecimento. Assim, os conteúdos novos não são facilmente absorvidos quando a identidade está em causa, pois o novo representa, aí, descontinuidade do referencial, logo, ameaça, risco. (pag208)

Além do mais é preciso salientar seus compromissos na construção de imagens, campo fértil para a mobilização ideológica e as funções de legitimação em que determinadas práticas obtêm aceitação social. Assim, p.ex., a identidade pessoal é indispensável como suporte de status. A imagem que o
indivíduo faz de si mesmo será utilizada para justificar ou reclamar uma certa  partilha de direitos e obrigações. Por isso, ela só terá eficácia se obtiver convalidação externa, se houver aceitação social. (pag209)

...a visão simplista com que se tem tratado no campo cultural a questão da identidade encobre graves problemas... (pag209)

Identidade, semelhança, diferença 
Se a identidade tem como foco a semelhança, ela produz, em contrapartida, a diferença: a afirmação de semelhança necessita da oposição do que não é semelhante. (pag209)

...não se precisam as diferenças apenas para fins de conhecimento, mas para fundamentar defesas e privilégios... (pag209)

Identidade e dinâmica sócio-cultural 
A identidade não é, pois, fruto do isolamento de sociedades ou grupos mas, pelo contrário, de suo interação. Ela é crucial quando existem segmentos sociais que não se pensam como totalidades únicos (Carvalho 1983:20). (pag210)

Além disso, a identidade se fundamenta no presente, nas necessidades presentes, ainda que faço apelo 00 passado - mas é um passado também ele construído e reconstruído no presente, paro atender aos reclamos do presente. (pag210)

Identidade e segmentação social
Se se ignorar o que dizem os ciências sociais sobre a diferenciação social nos sociedades complexas, corre-se o risco de falar de identidade cristalizada, no singular - ilusório, portanto, já que desconhece os segmentos sociais, sobretudo os próprios classes sociais. Isto não quer dizer que deva sempre existir uma correspondência entre uma classe social e uma imagem de identidade específica. Nem que a identidade da classe dominante seja a identidade dominante, mecanicamente (Chesko 1992:45). (pag 210/211)

Em decorrência, na contracultura a identidade se afirma sobretudo pelo estilo, aglutina-se na revolta, na recusa, na contraposição. Fenômenos como esses não podem ser ignorados na compreensão da identidade. (pag211)

Os museus e o problema da identidade sócio-cultural 
Em suma, os museus dispõem de um referencial sensorial importantíssimo, constituindo, por isso mesmo, terreno fértil para as manipulações das identidades. Seria ocioso lembrar com que facilidade certos objetos se transformam em catalisadores e difusores de sentidos e aspirações: da cruz do cristianismo aos uniformes militares, passando pelas bandeiras nacionais e pelos emblemas publicitários. Tratase, efetivamente, de fetiches de identidade, de alto poder de comunicação. (pag211/212)

Território das identidades, os museus são pois percebidos como recurso estratégico a seu serviço. (pag212)

Escusado dizer que, a fim de alimentar a imagem da nação, o museu alimenta também suas reivindicações - melhor dizendo, menos as reivindicações da sociedade, que as do estado e seus suportes. Essa operação impõe que se eliminem as diversidades e tensões e que se reduza toda uma realidade complexa e dinâmica a um referencial fixo, simples, dotado da capacidade de captar algo como uma substância permanente, uma essência imune a mudanças e que se torna visível no "típico". (pag212)

No museu, o risco é que uma exposição, por exemplo, se transforme em apresentação de coisas, das quais se podem inferir paradigmas de valores para os comportamentos humanos e não na discussão de como os comportamentos humanos produzem e utilizam coisas com as quais eles próprios se explicam. (pag212)

No entanto, o que se quis ressaltar foi apenas o caráter problemático das questões da identidade, caráter de que o museu ainda não tomou consciência profunda, mormente nas implicações para as práticas museológicas. Não é possível minimizar a necessidade dos processos de identidade, que constituem, como se disse no início, requisito essencial de vida biológica, psíquica e social. Todavia, as múltiplas dimensões do fenômeno é que não podem ser perdidas de vista. Em outras palavras, o que se deve propor é que os museus tenham sempre e obrigatoriamente uma postura crítica em relação à problemática da identidade. (pag213)

Museus e identidades: premissas para uma postura crítica 
Numa tipologia sumária, podem-se distinguir três níveis principais de amplitude na atuação dos museus: o universal, o nacional e o local/regional. O primeiro, por certo, se apresenta como distante do viés ideológico da identidade. Isto, porém, está longe de ser verdadeiro, embora, no caso, tal viés seja menos articulado e aparente. (pag213)

Já o museu de horizontes nacionais é o que maior risco corre, em particular por sua necessidade de dar conta de uma suposta totalidade, a nação. Ocorre, assim, comumente, que ele passe a privilegiar o estereótipo (ver Dundes 1983:250ss.), por sua capacidade de expressar a quintessência do típico: roupas, alimentos, armas, utensílios, objetos domésticos, de aparato e cerimoniais, equipamentos, imagens e situações, tudo se organiza disciplinadamente e a diversidade apenas dá mais cor ao núcleo estável da identidade nacional. (pag 213)

O museu local! regional seria aquele em que os processos de identidade encontrariam o espaço mais aceitável de expansão. Entretanto, não há por que excluí-Iosdos riscos. Não há, em nossa sociedade, realidade regional/ local que seja homogênea e estática. Daí o perigo de tais museus exercerem papéis compensatórios de refúgio para simbolicamente "recuperarem" uma unidade perdida ou (o que é pior) de espelhos em que narcisisticamente se procure a devolução da imagem que já tinha sido atribuída a si próprio - e que agora retoma sedutora, pronta a se transformar num termômetro com o qual se mede (etnocêntricamente) toda a realidade. (pag214)

...deve-se irao museus para interrogar e se interrogar, não para buscar respostas já concluídas. (pag214)

A identidade e a prática dos museus
Uma das linhas é a da "desmusealização" dos acervos. (pag214)

Refiro-me,porém, em especial, à reapropriação de peças para usos não museológicos. (pag215)

Outra modalidade é a cessão do acervo e local para cerimônias ou situações de práticas originais... (pag215)

A incorporação, para projetos comuns, de minorias ou representantes daqueles grupos que definem os horizontes a serem cobertos pelos 216 museus, é outra linha em curso. Predomina nos museus antropológicos, mas está presente também em museus de outra tipologia, como os de arte contemporânea (cf. Karp & Lavine,orgs. 1991; Ames 1990). (pag215/216)

Nessa ótica é que minorias "documentadas" em museus passaram a exigir que não só a formação de coleções e a organização de exposições e outras atividades contassem com a assessoria e colaboração de seus representantes, mas que toda a gestão institucional fosse de sua exclusiva responsabilidade. (pag216)

Em primeiro lugar, é preciso reconhecer que elas expressam saudáveis reivindicações políticas e, com isso, acentuam a dimensão social do museu, projetando luz sobre questões que permaneceram durante muito tempo numa injustificável inconsciência. Contudo, os efeitos colaterais podem ser tão danosos quanto os do mal que se queria combater: as experiências acima lembradas não são eficazes para resolver, no museu, o inevitável confronto com o "outro", o conhecimento e a aceitação da alteridade, embora removam algumas formas repressoras da alteridade. (pag216)

A História começou a preocupar~se tardiamente com o problema do "outro". Hoje, todavia, a disposição de dar voz aos silentes e excluídos tem provocado uma fragmentação generalizada, que corre o risco de atomizar o campo da disciplina. (pag217)

Paralela a estas questões é a da memória que, pelas mesmas motivações sociais (e políticas) já se propôs como equivalente à História. Hoje, parece-me aceito que a História não deva ser o duplo científico da memória, o historiador não possa abandonar sua função crítica e a memória precise ser tratada como objeto da História (Meneses 1992). (pag217)

A Antropologia, por tratar de um "outro" predomif1antemente vivo, tem contribuição mais rica a fazer... (pag217)

Paralelamente, no terreno museológico, Edwina Taborsky (1990), examinando as limitações do paradigma observacional do conhecimento, propõe a predominância do objeto discursivo para a organização dos enunciados que o museu produz, na exposição. (pag218)

Por isso{é que tem sentido encerrar este texto apenas salientando duas questões seminais, que encaminho para a necessária e urgente reflexão ainda por fazer.(pag218)

A primeira diz respeito ao caráter contingente que deve assumir a exposição, tal como lima monografia, em que estão à mão do leitor todas as cartas que o autor utilizou - e que poderão ser, assim avaliadas. Como introduzir museograficamente tal postura? Como, com os próprios sentidos que a exposição propõe, exibir museograficamente o processo de sua produção? (pag218)

A segunda questão: a perspectiva discursiva acima apontada como conveniente à exposição implica que a problemática da identidade e da alteridade... (pag218)

REFERENCIAS
MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. A problemática da identidade cultural nos museus: de objetivo (de ação) a objeto (de conhecimento). Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, NS n.1, p. 207-222, 1993.


MUSEU x INTERNET [ aula referente ao dia 07 de novembro de 2013]

Atividade não-presencial

Foi proposto a nós a escolha de um artigo que tivesse alguma conexão entre museus e o mundo virtual, e à partir disso apontarmos os pontos fortes, os fraco e os desafios enfrentados...

Eu escolhi o artigo do jornalista Rodrigo Fernandes Pissetti - O Website de Museu, publicado em 8 de março de 2006, na revista eletrônica "Revista Museu". (http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=8286)

O artigo acima tem em base a pesquisa realizada em 1996 por Maria Piacente, da Universidade de Toronto, sobre as ações museológicas no ciberespaço.

"No estudo Surf’s Up: Museums and the World Wide Web Piacente avaliou 200 websites de museus da América do Norte e Europa Ocidental utilizando um sistema de classificação direcionado à analise de conteúdo, usabilidade, organização e grau de interatividade, concluindo que naquele momento poucas instituições estavam aproveitando suficientemente o poder da informática em rede para desenvolver atividades educacionais alternativas, testar novos canais de comunicação e de acesso à coleções e pesquisa ou criar novos relacionamentos com públicos locais e globais.

          
Em seu trabalho a pesquisadora dividiu os endereços eletrônicos estudados em três categorias, que vem servindo de fundamento para as teorias de diversos e renomados especialistas que hoje se voltam para os empreendimentos museológicos na WWW."

Partindo dai, consegui selecionar alguns desses pontos:

Desafios:
- reproduzir exposições clássicas no meio eletrônico-digital;

- conceber percursos personalizados constantemente reelaborados pelas navegações coletivas, em espaços totalmente desvinculados das coleções materiais;

- a estrutura visual de sua homepage deve ser límpida e profissional, uma vez que os clientes sempre tem aquela primeira impressão com base nesse design.

Pontos fracos:
- domínios eletrônicos atualmente publicados por museus de fato trazem sensíveis diferenças em suas características individuais;

- raramente refletem qualquer tentativa de redefinir o material para uma nova platéia, ou fornecer um contexto recente;

- linguagem não-linear;

- folhetos eletrônicos: monótono.

- a reunião dos objetos em um estabelecimento museológico faz com que a aprendizagem sobre as obras se torne bem mais fácil do que diante da apresentação individual de cada uma delas;

Pontos fortes:
 - esse tipo de website se limita a cumprir a função de instrumento de marketing da instituição;

- trazendo informações básicas sobre ela: como sua história, objetivos, fotos de suas instalações, horários de atendimento, valores de ingressos e endereços de contato;

- visita às instalações materiais da instituição é recriada on-line;

- mapas, floorplans, imagens ou exibições virtuais com correspondência no ambiente real;

- envolvem os visitantes em atividades de alto nível de interação, em experiências que não são viabilizadas em uma convencional visita ao museu.

- proporciona um sentido de descoberta e envolvimento semelhantes aos fomentados nas instalações da instituição;

- viabilizar a consulta de dados de exposições que já aconteceram ou ainda exibir reproduções de documentos que não se encontram disponíveis ao público na sede física da instituição;

- oferecer aos internautas a possibilidade de praticar a escrita de hieróglifos egípcios através do computador, atividade praticamente impossível de ser viabilizada nas instalações físicas do museu;  (exemplo de um museu específico)

- museologia mais acessível ao mundo;
  


Referência:
http://www.revistamuseu.com.br/artigos/artigos1.asp?ler=97
ACESSIBILIDADE EM MUSEUS E MEIOS CULTURAIS / PARQUE  HARMONIA [ aula referente ao dia 31 de outubro de 2013]


I PARTE

A aula de hoje foi uma das mais importantes e comoventes que já tive... Participou dela a convidada Anajara Carbonell Closs, graduada em Jornalismo, Publicidade e Propaganda, e Relações Públicas pela UFRGS. Especialista em Gestão Cultural pelo SENAC/RS. Atualmente é produtora cultural da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Nessa oportunidade ela nos apresentou sua dissertação em base da acessibilidade na Casa de Cultura Mario Quintana em Porto Alegre. Para a realização  do trabalho Anajara contou com a ajuda de demais pessoas que necessitam de uma atenção, um preparo, para que possam exercer sua autonomia perante a sociedade.

Infelizmente essa não eh uma realidade apenas da Casa de Cultura, mas sim de todo o Brasil, nas ruas, nas escolas, cinemas, mercados, teatros e afins.

Mas esse não é um problema exclusivo dos cadeirantes
No documentário esses pessoas com necessidades especiais são convidadas a se dirigir a Casa de Cultura, e lá escolher qual opção cultural mais lhe agrada. Sendo assim, cada um se dirigiu até o destino de cada departamento, identificando os pontos em que essas necessidades eram precárias, e onde as dificuldades fragilizaram sua autonomia.

Cenas que chocam cada um que as vê. Situações constrangedoras, e adaptações RIDÍCULAS!!!!

A acessibilidade é um DIREITO, e NÃO um sinal de BONDADE.
  
Mãos como forma de  comunicação

As pessoas com deficiências não devem ficar isoladas em um canto. Um dos exemplos desse descaso abordado na dissertação é o local onde se encontra atualmente o acervo da biblioteca para deficientes visuais, um lugar feio e sujo.


Acessibilidade arquitetônica é possível realizar (ponto) já a atitudinal... nem tanto. A falta de preparo dos profissionais que envolvem esses meios (não só em projetos culturais, mais no Brasil em geral) é frustrante. 


Nós sabemos  que para um mudo/surdo a realização de um diálogo que não feita através de libras é quase impossível, se não nula. Então um profissional deve sempre estar preparado para essas situações.



Então, partindo da questão norteadora proposta pela professora Zita Possamai: Quais os desafios para os futuros profissionais de museus pensar  a acessibilidade dos espaços culturais no Mundo Contemporâneo?
Segundo o dicionário desafio significa ato de instigar alguém para que realize alguma coisa, normalmente, além de suas competências ou habilidades, contudo acredito que a questão da acessibilidade está em nossas mãos, só não estamos sabendo como direcionar esses recursos e principalmente, não estamos perguntando para os principais beneficiados quais são os pontos mais importantes, porque muitas vezes temos a iniciativa, mas, revertemos isso em acessos que podem até prejudicar os usuários.

O que nós como futuros profissionais de museologia temos que fazer além de nos preocuparmos com a exposição e projetos culturais, é saber como levar essas pessoas com necessidades especiais até esses locais de uma maneira que a sua autonomia seja garantida.


Segue abaixo algumas das alternativas que já fazem uma grande diferença para esse público alvo:
- maquetes descritivas do acervo;
- catálogos/ placas de indicação e todos os meios de escrita também disponíveis em braile;
- banheiros adaptados;
- rampas;
- barras de apoio;
- profissionais adaptados, prontos para receber todos os tipos de necessidades;
- interprete de libras;
- piso tátil;

... e muito mais! O importante é dar o primeiro passo!!!!!!!!!!!


II PARTE

O restante da aula assistimos o filme "HARMONIA" de Jaime Lerner que discute os conflitos entre cultura popular e tradicionalismo no Rio Grande do Sul.

O documentário conta a história da disputa  entre os tradicionalistas e os carnavalescos pelo Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre. Essa divergência se da por causa da construção de um
Sambódromo no atual Parque da Harmonia, o que acaba sendo uma grande ironia, já que harmonia é o que não teve por lá.(risos) Mas os gaúchos tradicionalistas não gostaram muito dessa ideia, como foi dito no documentário "não é contra o Sambódromo, mas não aqui" (risos novamente)

Um dos argumentos contra a construção no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho é a grande diferença entre as duas tradições brasileiras, onde uma acabaria descaracterizando a outra, já que o tradicionalismo é mais requintado, e o carnaval acaba desenvolvendo o lado sexual do ser humano. 


Tradicionalismo gaúcho

Carnaval
 
O final dessa história você pode imaginar... Com a força do tradicionalismo, e alguma ajudinha da influencia política, o Sambódromo ganhou um novo destino.


Para miores informações...

Complexo Cultural do Porto Seco

Complexo Cultural do Porto Seco é um centro de eventos localizado na cidade de Porto Alegre. Considerado patrimônio cultural do Estado do Rio Grande do Sul. É o local onde ocorrem os desfiles do Carnaval de Porto Alegre. Localizado no bairro Rubem Berta, zona norte da cidade. Sua inauguração ocorreu em 2004, embora suas obras não estivessem acabadas. No primeiro desfile ocorrido no sambódromo aconteceu um empate no primeiro lugar entre Bambas da Orgia e Imperadores do Samba. A pista de desfile leva o nome de Carlos Alberto Barcellos (O Roxo) , tradicional carnavalesco da cidade e o recuo da bateria leva o nome de Mestre Neri Caveira, mestre-de-bateria por vários anos da Imperadores do Samba.

Acampamento Farroupilha

O evento hoje conhecido como Acampamento Farroupilha nasceu junto com a criação do Parque da Harmonia (av. José Loureiro da Silva, 255), em 1981. Desde então ali se realiza entre 7 e 20 de setembro uma das maiores festas folclóricas do Brasil, que reúne quase 400 entidades, sendo quase 90% delas de cunho cultural, com média de visitação total estimada em número próximo de um milhão por edição. Com 65 hectares, a paisagem do parque, que normalmente se caracteriza por diversos aspectos da tradição campeira gaúcha, com churrasqueiras ao ar livre e galpão crioulo, desmobiliza em setembro seus seus recantos de recreação infantil, futebol na areia, quadras de vôlei, local para pesca, aero e nautimodelismo para sediar o Acampamento Farroupilha. O evento oferece uma série de serviços, como praça de alimentação, feiras de artesanato e literatura, banheiros, posto de saúde, sinal de internet sem fio (wireless) gratuito, terminais de bancos, segurança e estacionamento vigiado.
 

Referências
http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_Cultural_do_Porto_Seco
HARMONIA. Diretor: Jaime Lerner. [Porto Alegre?], [2000?], 1 VHS (90 min), son., color.
SEMANA ACADÊMICA  [aula referente ao dia 24 de outubro de 2013]


SEMINÁRIO - A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE [ aula referente aos dias 10 e 17 de outubro de 2013]


Stuart Hall                        

Nesses dias a turma foi dividida para que pudéssemos dialogar sobre a obra de Stuart Hall - A identidade na pós-modernidade. Esse livro foi o desfecho do tema abordado na 7º primavera dos museus... Abaixo um breve resumo de cada capítulo para maior entendimento...

1 A IDENTIDADE EM QUESTÃO
... velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. A assim chamada "crise de identidade" é vista como parte de um processo mais amplo de mudança , que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social. (pag7)

... as identidades modernas estão sendo "descentradas", isto é, deslocadas ou fragmentadas. (pag8)

Um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as sociedades modernas no final do século XX. (pag9)

... a afirmação de  que é descrito, algumas vezes, como nosso mundo pós-moderno, nós somos também "pós" relativamente a qualquer concepção essencialista ou fixa de identidade - algo que, desde o Iluminismo, se supõe definir o próprio núcleo ou  essência de nosso ser  e fundamentar nossa existência como sujeitos humanos. (pag10)

Três concepções de identidade
1. o sujeito Iluminismo, estava baseado numa concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência  e de ação, cujo "centro" consitia num núcleo interior, que emergia pela primeira vez quando o sujeito nascia e com ele se desenvolvia, ainda que permanecendo essencialmente o mesmo, ao longo da existência do indivíduo. (pag11)

2. o sujeito sociológico, refletia  a crescente complexidade do mundo e a consciência de que este núcleo interior do sujeito não era autônomo e auto-suficiente, mas era formado na relação com "outras pessoas importantes para ele", que mediavam para o sujeito os valores, sentidos e símbolos dos mundos que ele/ela habitava. (pag11)

3. o sujeito pós-moderno,  conceptualizado  como não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente. A identidade torna-se uma "celebração móvel":formada e transformada continuamente em relação às formas pelas quais somos representados ou interpelados nos sistemas culturais que nos rodeiam (Hall,1987). É definida historicamente, e não biologicamente. (pag12/13)

 O caráter da mudança na modernidade tardia
... em particular, ao processo de mudança conhecido como "globalização" e seu impacto sobre a identidade cultural. (pag14)

As sociedades da modernidade tardia, argumenta ele (Laclau), são caracterizadas pela "diferença"; elas são atravessadas por diferentes divisões e antagonismo sociais que produzem uma variedade de diferentes "posições se sujeito" - isto é, identidades - para os indivíduos. (pag17)

2 NASCIMENTO E MORTE DO SUJEITO MODERNO
O nascimento do "indivíduo soberano", entre o Humanismo Renascentista do século XVI e o Iluminismo do século XVIII representou uma ruptura importante com o passado. Alguns argumentam que ele foi o motor que colocou todo o sistema social da "modernidade" em movimento. (pag25)

... o fato de que o sujeito moderno "nasceu" no meio da duvida e do ceticismo metafisico nos faz lembrar que ele nunca foi estabelecido e unificado como essa forma de descreve-lo parece sugerir.(pag26/27)

Vários teóricos como Descartes e John Locke, contribuirão para o tema.

Ainda era possível, no seculo XVIII, imaginar os grandes processos da vida moderna como estando centrados no individuo "sujeito-da-razão". Mas a medida em que as sociedades modernas se tornavam mais complexas, elas adquiriam uma forma mais coletiva e social.(pag29)

O individuo passou a ser visto como mais localizado e "definido" no interior dessas grandes estruturas e formações sustentadoras da sociedade moderna. Dois importantes eventos contribuíram para articular um conjunto mais amplo de fundamentos conceptuais para o sujeito moderno. O primeiro foi a biologia darwiniana. O sujeito humano foi "biologizado" - a razão tinha uma base na Natureza e a mente um "fundamento" no desenvolvimento físico do cérebro humano. O segundo evento foi o surgimento das novas ciências sociais.(pag30)

Este modelo sociológico interativo, com sua reciprocidade estável entre "interior" e "exterior", e, em grande parte, um produto da primeira metade do seculo XX, quando as ciências sociais assumem sua forma disciplinar atual. Entretanto, exatamente no mesmo período, um quadro mais perturbado e perturbador do sujeito e da identidade estava começando a emergir dos movimentos estéticos e intelectuais associado com o surgimento do Modernismo. Encontramos, aqui, a figura do individuo isolado, exilado ou alienado, colocado contra o pano-de-fundo da multidão ou da metrópole anonima e impessoal.(pag32)

  Descentrando o sujeito
A primeira descentração importante refere-se as tradições do pensamento marxista.(pag34)

Eles argumentavam que o marxismo, corretamente entendido, deslocara qualquer noção de agencia individual. Marx deslocou duas proposições-chave da filosofia moderna:
     - que ha uma essência universal de homem;
     - que essa essência e o atributo de "cada individuo singular", o qual e seu sujeito real.(pag35)

Essa "revolução teórica total" foi, e obvio, fortemente contestada por muitos teóricos humanistas que dão maior peso, na explicação histórica, a agencia humana.(pag36)

Assim, em vez de falar da identidade como uma coisa acabada, deveríamos falar de identificação, e vê-la como um processo em andamento.(pag39)

O terceiro descentramento que examinarei esta associado com o trabalho do linguista estrutural, Ferdinand de Saussure. Saussure argumentava que nos não somos, em nenhum sentido, os "autores" das afirmações que fazemos ou dos significados que expressamos na língua.(pag40)

O quarto descentramento principal da identidade e do sujeito ocorre no trabalho do filosofo e historiados francês Michel Foucault. Numa serie de estudos, Foucault produziu uma especie de "genealogia do sujeito moderno". Foucault destaca um novo tipo de poder, que ele chama de "poder disciplinar". O poder disciplinar esta preocupado, em primeiro lugar, com a regulação, a vigilância e o governo da especia humana ou de populações inteiras e, em segundo lugar, do individuo e do corpo.(pag41/42)

O quinto descentramento que os proponentes dessa posição citam e o impacto do feminismo, tanto como uma critica teórica quanto como um movimento social.(pag43/44)

3 AS CULTURAS NACIONAIS COMO COMUNIDADES IMAGINADAS
No mundo moderno, as culturas nacionais em que nascemos se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural.(pag47)

Segue-se que a nação não e apenas uma entidade politica mas algo que produz sentidos - um sistema de representação cultural. A formação de uma cultura nacional contribuiu para criar padrões de alfabetização universais, generalizou uma unica língua vernacular como o meio dominante de comunicação em toda a nação, criou uma cultura homogênea e manteve instituições culturais nacionais, como, por exemplo, um sistema educacional nacional. Dessa e de outras formas, a cultura nacional se tornou uma característica-chave da industrialização e um dispositivo da modernidade.(pag49/50)

 Narrando a nação: uma comunidade imaginada
As culturas nacionais são compostas não apenas de instituições culturais, mas também de símbolos e representações.(pag50)

As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre "a nação", sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades. Anderson argumenta que as diferenças entre as nações residem nas formas diferentes pelas quais elas são imaginadas. Como e contada a narrativa da cultura nacional?
     - Em primeira lugar, ha a narrativa da nação, tal como e contada e recontada nas historias e nas literaturas nacionais, na mídia e na cultura popular.
     - Em segundo lugar, ha a enfase nas origens, na continuidade, na tradição e na intemporalidade.
     - Uma terceira estrategia discursiva e constituída por aquilo que Hobbsbawm e Ranger chamam de invenção da tradição.
     - Um quarto exemplo de narrativa da cultura nacional e a do mito fundacional: uma estoria que localiza a origem da nação, do povo e de seu caráter nacional num passado tao distante que eles se perdem nas brumas do tempo, não do tempo "real", mas de um tempo "mítico".
     - A identidade nacional e também muitas vezes simbolicamente baseada na ideia de um povo ou folk puro, original. Mas, nas realidades do desenvolvimento nacional, e raramente esse povo(folk) primordial que persiste ou que exercita o poder. (pag51/52/53/54/55/56)

O discurso da cultura nacional não e, assim, tao moderno como aparenta ser. Ele constrói identidades que são colocadas, de modo ambíguo, entre o passado e o futuro.(pag56)

4 GLOBALIZAÇÃO
...a "globalização" se refere àqueles processos, atuantes numa escala global, que atravessam fronteiras nacionais, integrando e conectando comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo, em realidade e experiência, mais interconectado.(pag67)

Essas novas características temporais e espaciais, que resultam na compressão de distâncias e de escalas temporais, estão entre os aspectos mais importantes da globalização a ter efeito sobre as identidades culturais.(pag68)

Lembremos que a globalização não é um fenômeno recente: "A modernidade é inerentemente globalizante". (pag68)

Assim, tanto a tendência à autonomia nacional quanto a tendência à globalização estão profundamente enraizadas na modernidade. (pag68)

Nesta e na próxima seção, tentarei descrever as consequências desses aspectos da globalização sobre as identidades culturais, examinando três possíveis consequências:
- As identidades nacionais estão se desintegrando, como resultado do crescimento da homogeneização cultural e do pós-moderno global.
- As identidades nacionais e outras identidades locais ou particularistas estão sendo reforçadas pela resistência à globalização.
- As identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades – híbridas – estão tomando seu lugar. (pag69)

Compressão espaço-tempo e identidade
Que impacto tem a última fase da globalização sobre as identidades nacionais? Uma de suas características principais é a compressão espaço-tempo, a aceleração dos processos globais, de forma que se sente que o mundo é menor e as distâncias mais curtas, que os eventos em um determinado lugar têm um impacto imediato sobre pessoas e lugares situados a uma grande distância.(pag69)

... o tempo e o espaço são também coordenadas básicas de todos os sistemas de representação. Todo meio de representação – escrita, pintura, desenho, fotografia, simbolização através da arte ou dos sistemas de telecomunicação – deve traduzir seu objeto em dimensões espaciais e temporais. Assim, a narrativa traduz os eventos numa sequência temporal começo-meio-fim; os sistemas visuais de representação traduzem objetos tridimensionais em duas dimensões. Diferentes épocas culturais têm diferentes formas de combinar essas coordenadas espaço-tempo.(pag71)

... a identidade está profundamente envolvida no processo de representação. Assim, a moldagem e a remoldagem de relações espaço-tempo no interior de diferentes sistemas de representação têm efeitos profundos sobre a forma como as identidades são localizadas e representadas.(pag71)

Todas as identidades estão localizadas no espaço e no tempo simbólicos.(pag71)

O lugar é específicos, concreto, conhecido, familiar, delimitado: o ponto de práticas sociais específicas que nos moldaram e nos formaram e com quais nossas identidades estão estreitamente ligadas:
               
 Nas sociedades pré-modernas, o espaço e o lugar eram amplamente coincidentes, uma vez que as dimensões espaciais da vida social eram, para a maioria da população, dominadas pela presença – por uma atividade localizada. A modernidade separa cada vez mais o espaço do lugar, ao reforçar relações entre outros que estão ausentes, distantes (em termos de local), de qualquer interação face-a-face. Nas condições da modernidade, os locais são inteiramente penetrados e moldados por influências sociais bastante distantes deles. O que estrutura o local não é simplesmente aquilo que está presente na cena; a forma visível do local oculta as relações distanciadas que determinam sua natureza.(Giddens,1990,p.18). (pag72)


Os lugares permanecem fixos; é neles que temos raízes. Entretanto, o espaço pode ser cruzado num piscar de olhos – por avião a jato, por fax ou satélite. Harvey chama isso de destruição do espaço através do tempo. (pag72/73)

Em direção ao  pós-moderno global?
Alguns teóricos argumentam que existem evidências de um afrouxamento de fortes identificações com a cultura nacional, e um reforçamento de outros laços e lealdades culturais, acima e abaixo do nível do estado-nação. As identidades nacionais permanecem fortes, especialmente com respeito a coisas como direitos legais e de cidadania, mas as identidades locais, regionais e comunitárias têm se tornado mais importantes. Colocadas acima do nível da cultura nacional, as identificações globais começam a deslocar e, algumas vezes, a apagar as identidades nacionais.(pag73)

Alguns teóricos culturais argumentam que a tendência em direção a uma maior independência global está levando ao colapso de todas as identidades culturais fortes e está produzindo aquela fragmentação de códigos culturais...(pag73)

Os fluxos culturais entre as nações, e o consumismo global criam possibilidades de “identidades partilhadas”, como consumidores para os mesmos bens, clientes para os mesmos serviços, públicos para as mesmas mensagens e imagens – entre pessoas que estão bastante distantes umas das outras no espaço e no tempo.(pag74)

As identidades nacionais, como vimos, representam vínculos a lugares, eventos, símbolos, histórias particulares. Elas representam o que algumas vezes é chamado de uma forma particularista de vínculo ou pertencimento. Sempre houve uma tensão entre essas identificações e identificações mais universalistas – por exemplo, uma identificação maior com a humanidade do que com a inglesidade.(pag76)

O global, o local e o retorno da etnia
A homogeneização cultural é o grito angustiado daqueles que estão convencidos de que a globalização ameaça solapar as identidades e a unidade das culturas nacionais.(pag77)


Pode-se considerar, no mínimo, três qualificações ou contra tendências principais, A primeira vem do argumento de Kevin Robin e da observação de que, ao lado da tendência em direção à homogeneização global, há também uma fascinação com a diferença e com a mercantilização da etnia e da "alteridade".(pag77)

A segunda qualificação é que a globalização é muito desigualmente distribuída ao redor do globo, entre regiões e entre diferentes estratos da população dentro das regiões.(pag78)

O terceiro ponto na crítica da homogeneização cultural é a questão de se saber o que é mais afetado por ela.(pag78)

Na última forma de globalização, são ainda as imagens, os artefatos e as identidades da modernidade ocidental, produzidos pelas indústrias culturais das sociedades ocidentais(incluindo o Japão) que dominam as redes globais. (pag79)

REFERENCIAS
Hall, Stuart; Silva, Tomaz Tadeu da; Louro, Guacira Lopes.  A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.